Encontrar as palavras se torna difícil, não pela existência delas, mas talvez por uma forma diferente sentida em mim; pela necessidade de trazer à luz dos olhos o contexto exato, formando assim um mapa. São meus tesouros, mesmo desconhecendo o caminho. É um percurso que outra vez se vai por entre os dedos; e minhas mãos estão fechadas. E eu só preciso dizer, tendo a certeza de que não verei uma reação a não ser em mim. O longe me leva cada vez para mais perto do inicio, e o jogo começou. As cartas estão sobre a mesa, os olhares são precisos e certeiros, por mais que incertos. A mente comanda cada jogada focado em um único objetivo: A vitória. Eu observo e não entendo os motivos para tal fim. Apenas posso sentir. Mesmo estando na mesa, não estou nesse jogo, e me sinto pior do que se tivesse perdido. Minha presença não é notada, sendo apenas uma percepção insuficiente no espaço. Logo após a classificação, as cartas são reorganizadas; e talvez se inicie sucessivamente uma nova partida. Mas eu fecho os meus olhos. Escondo o medo partindo de um sorriso infundado, sendo o único empecilho a direção. Chego ao final. É como ver o fim de uma tarde ensolarada alternando as cores do céu, trazendo aos olhos de quem vê um brilho diferente, mas não deixando de ser o fim. O fim do dia. E o lado se escurece; a coragem se ofusca por diante da lembrança de que eu sou diferente igual a todo mundo. Ser normal é viver uma condição de dependência explosiva interior. Ser igual, é diferente, e a minha é uma sutil oscilação despercebida por quem passa ao meu lado. E por mais que eles me digam: A não aceitação alheia é um casulo onde pessoas fracas se escondem com seus medos, ficando propensas a morrerem só. Viabilizo em minha mente a seguinte resposta: Talvez se dá pela naturalidade entre assumir uma prisão existencial. Não deixando uma possível força auto sustentada pelo ego, maquiar o que deveria ser visto, de igual modo natural a todos. Não é mais um hábito disfarçado por um ação. Pra mim se torna VIVER.
20 de fevereiro de 2010
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9 Reações:
"Mesmo estando na mesa, não estou nesse jogo, e me sinto pior do que se tivesse perdido."
É, bem isso.
Gostei das palavras.
gostei das palavras minino!
Nossa, amei! parabens otimo seus textos, show de bola. continue smp assim :) sucesso, beijao
Olá!
Primeiro, obrigado por ter lido um dos meus blogs e ter comentado. Principalmente por ser um blog sobre política. A maioria dos jovens não gostam muito do tema. Na verdade, acho que a maioria das pessoas não gosta muito do tema. Mas eu amo. E tento elaborar minhas crônicas de forma a deixar o assunto o mais delicioso possível.
Segundo, fiquei me perguntando como você achou aquele blog. Eu agradeceria se pudesse me respondê-lo.
Terceiro, vim aqui só para fazer o agradecimento acima. Mas resolvi parar para ler susa postagens e me viciei. Acho que você escreve muito bem. De uma forma bastante sentimental. Parabéns!
Por fim: "Não deixando uma possível força auto sustentada pelo ego, maquiar o que deveria ser visto, de igual modo natural a todos. Não é mais um hábito disfarçado por um ação. Pra mim se torna VIVER." É um trecho de uma preciosidade incrível, porque é exatamente assim que vejo a vida social hoje em dia.
Bom, é só. Abraços!
Vim retribuir a visita e... nossa!
Você escreve muito bem rapaz. Somando-se a isso o fato de que eu curto muito textos epifânicos e que seu blog é lindo (que inveja haha) posso dizer com crtz que valeu a pena ter vindo.
Passarei aqui mais vezes pra ver o que você tem pra dizer, certo?
Abraços,
CP.
Chamo de VIVER o fato de ser verdadeiramente o que se é.
Tu tens o dom de falar metaforicamente. Gostei!
É mesmo. Eu fico espantado como alguém, que parece tão novo, tem palavras tão lindas guardadas. E sentimentos tão belos para expor. Eu não sei o porquê, mas seus textos me lembram aquelas garrafas transparentes, feitas de vidro, derramando leite num fundo branco.
E ainda ganhou um selo. Pegue lá no meu blog, cara.
adorei o blog...super demais...
o post que mais gostei (por enquanto ) foi o ideologias não morrem, ficam em coma...
gostei muito e estou seguindo...
bjos
Meu caro,
eis mais uma excelente reflexão, num texto, de pendor ensaístico, com matizes metafóricos de belo recorte imagético, com um interessante eixo existencial, li-o como um texto de busca, procura de uma via para o Ser além da multidão formatada para a vã vitória.
abraço
luís filipe pereira
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